Peregrinação (de Outrem)
«Ao mesmo tempo em que as ruas e os boulevards se enchem de novo, cinco anos depois, e escorrem o caudal alegre da juventude liceal. Manobras de primavera de uma idade deprezada, marginal, votada ao ostracismo. Que canta nas ruas e brinca às escondidas com os zeladores do aparelho de escoamento impecável, e imperturbável, do tráfego rodoviário. Aparelho do automóvel-rei, rei-momo... Paris-primaver. Paris-garotas. Paris-de-braço-dado. Flor nos cabelos e malmequer na boca. Paris-soleil, mon chou. Paris-fêtê. Et qu'on s'embrasse tous! Et qu'on s'aime! 'tenton les mecs! Vlá les flics!...
«Cinco mil garotas nas ruas! A mais bela primavera do século. A mais primaveril batalha de flores de todos os tempos. Para apoiar os rapazes, tramados... Belas e generosas. Frescas e desabrochadas. Rosas de amor. Rosas de solidariedade. Rosas brancas. Rosas vermelhas. Rosas saídas dos liceus em greve. Professores na primeira fila. Cinco mil vezes melhor do que o Barbeiro de Sevilha. Ou de Segóvia...»
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