A nossa representação do Universo - 1
"Um conhecido cientista (segundo as más línguas, Bertrand Russell) deu uma vez uma conferência sobre astronomia. Descreveu como a Terra orbita em volta do sol e como o sol, por sua vez, orbita em redor do centro de um vasto conjunto de estrelas que constitui a nossa galáxia.
No fim da conferência, uma velhinha no fundo da sala levantou-se e disse: «O que o senhor nos disse é um disparate. O mundo não passa de um prato achatado equilibrado nas costas de uma tartaruga gigante.» O cientista sorriu com ar superior e retorquiu com outra pergunta: "E onde se apoia a tartaruga?", ao que a senhora respondeu: «Você é um jovem muito inteligente, mas são tudo tartarugas por aí a baixo!»"
in BREVE HISTÓRIA DO TEMPO, Stephen Hawking
4 comentários:
Não é que isto me faz lembrar O Principezinho?
Ele anda aí! Promete que o nosso herói não vai ser ruivo!!
A velhinha pode ter razão e o cientista, ainda para mais se for de facto o Bertrand Russel, sabe-o. Foi o Pedro, aquele senhor de barbas, célebre entrevistado do des1biga, que me alertou para isto. Os jesuitas contrapõem à esfera da razão a da ciência. Não argumentam Deus existe e a sua razão é insondável, mas tentam antes mostrar que os que seguem a razão têm de se apoiar em abstracções matemáticas e no conceito de infinito, sendo estes em si axiomáticos. Assim, são forçados a admitir a esfera da crença. As suas premissas só podem serão verdade se Deus existir. Cruzes!
Que a ciencia se apoie na matematica como uma fé (uma fé bem fundamentada nunca parece tanto uma fé) esta muito bem. Que o matematico acredite nos seus axiomas como uma fé já me soa menos bem, pois em si ele pretende apenas criar um sistema e explorar as suas potencialidades. O sistema abstracto é depois utilizado por alguem que acredita conseguir obter respostas para as mesmas perguntas que se podem fazer a deus e portanto, acredita a matematica e os seus axiomas estao certos, e explicam o mundo. É uma boa fé porque transporta consigo uma moral muito prática.
Em todo o caso, a fé de que o mundo não passa de um prato achatado equilibrado nas costas de uma tartaruga gigante e em cima de outra tartaruga e outra ad infinitum parece-me em contrapartida estar simplesmente errado. Não é preciso acreditar na matemática para concluir que a terra não é plana. Além disso surgem outras questões pertinentes:
Então e as tartarugas, não têm calorzinho não? mesmo ali ao pé do sol!?! E sede, não têm?? comem o quê, asteróides? Isto só explica o que é um tremor de terra que deve ser qd uma das tartarugas espirra ou dá um peido. E o que é o que Russel tava a fazer a mandar bitaites sobre astronomia??
Quem responde? Quero ouvir a velhinha!
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