Há uma pintura de Goya na capa.
_ (...) Provocou em mim como que uma vontade de disparatar. Aí tem como uma pessoa sensata, ao abrir a torneira, fica uma louca.
(...)
_ O que pensa o sr. doutor acerca disto?
_ Se eu soubesse! Mas diga-me: no seu entender, o que é que a leva a mudar constantemente, a saltar de experiência em experiência? Se é que você própria se conhece!...
Longo silêncio, à beira da comoção, real ou simulada. O juiz começa a arrepender-se da pergunta.
_ Pois bem, no meu caso...
E novamente Cátia se interrompe.
_ Continue, Cátia, diga.
_ Não adivinha? Adivinhe, sr. inspector.
_ Não sou capaz.
_ Então, sr. inspector, eu conto tudo. é a primeira vez que o faço, perco de vez o pudor. (...)
in O ETERNO EFÉMERO, Urbano Tavares Rodrigues
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