segunda-feira, maio 29

Vou escrever pó desumbiga .2

Epístolas
de decadência
de não querer
ser assim

Ter o tédio
do meu tédio
ter este nojo de
mim

Não ter nada que
cale a dor
o desespero sem
sentido
o quotidiano
destruidor
o nada mais
conseguido

Dos que sucumbem
da memória
que não lhes
toque a escória
de quem existe
sem saber
o que é
realmente viver

Do que foi já não
é nada
a não ser a
mágoa de quem
sente
Que aquilo que é
não será nada
depois do ser
permanente


Leonel Monteiro