quarta-feira, novembro 15

O fim do Estado

para o Diogo,

"O Estado, essa violância organizada, surgiu inevitavelmente num certo grau de evolução da sociedade quando esta, dividida em classes irreconciliáveis não teria podido subsistir sem um "poder" colocado pretensamente acima da sociedade e dela diferenciado até certo ponto.Nascido dos antagonismos de classe, o Estado torna-se o Estado da classe mais poderosa, da que domina do ponto de vista económico e que, graças a ele, se torna também a classe politicamente dominante e adquire assim novos meios de dominar e explorar a classe oprimida."

"Nem mesmo a forma mais livre e progressiva do Estado burguês, a república democrática, elimina seja de que forma for este facto, mas modifica-lhe somente o aspecto (ligação do governo com a bolsa, corrupção directa e indirecta dos funcionários da imprensa, etc). O Socialismo, levando à supressão das classes, conduz por isso mesmo à supressão do Estado."

"O primeiro acto no qual o Estado aparece realmente como representante de toda a sociedade - a tomada de posse dos meios de produção em nome da sociedade - é simultaneamente o seu último acto como Estado. A intervenção de um poder de estado nas relações sociais torna-se supérflua um sector após outro, e adormece então naturalmente. O Estado não é abolido, extingue-se."

Friedrich Engels - "A origem da família, da propriedade privada e do estado" e "Anti-Duhring"