Parto clandestino?
Um dos argumentos mais fantásticos do "não" é o facto do Sistema Nacional de Saúde não ter dinheiro e/ou meios para levar a cabo as IVGs, caso o "Sim" ganhe dia 11 de Fevereiro.
Bom, para já importa explicar que o aborto é médico até às 9 semanas. Ou seja, faz-se uma Ecografia, dão-se comprimidos e uma semana depois volta a fazer-se uma Eco. Entre as 9 e as 10 semanas é médico - cirúrgico, o que significa que além de comprimidos é necessária uma pequena cirurgia, que não necessita de internamento.
Ora, se o SNS não pode realizar estes procedimentos, temos que pensar no que acontecerá às mulheres. Não abortando nos hospitais e não abortando clandestinamente, resta-lhes seguir a gravidez. O que, obviamente, obriga a seguimento por consultas com análises e ecografias. No parto, há inclusive um internamento.
É exactamente o mesmo número de mulheres. Logo, se não há dinheiro para as mulheres realizarem abortos até às 10 semanas, também não há para prosseguir as mesmíssimas gravidezes. E então, além do aborto clandestino, o "não" acaba de inaugurar as gravidezes não-seguidas e, pasmem-se, o parto clandestino.
1 comentários:
muito bem notado! é 'apenas' mais uma das muitas incongruências argumentativas dos partidários do não. podias ainda ter feito contas aos encargos que o SNS tem com as complicações de abortos clandestinos, que não são poucas (ocorrem em 20% dos 17.000 casos anuais, mais exactamente)! portanto, que tal mudarem de slogan? CONTRIBUIR COM OS MEUS IMPOSTOS PARA FINANCIAR O TRATAMENTO DE COMPLICAÇÕES DE ABORTOS CLANDESTINOS? NÃO OBRIGADA! porque senão estarão a ser desleais, e a ludibriar o poviléu ignaro e néscio (sim, são sinónimos, não me chateiem!), que é incapaz de perceber que com o que se irá poupar no acompanhamento de gravidezes indesejadas e na assistência às vítimas do aborto clandestino que acorrem às urgências dará para pagar todas as IVGs e ainda investir em campanhas de divulgação dos métodos contraceptivos. eh..
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