Ainda ontem pensava inconsequentemente que, ultimamente, a nostalgia não me tem ocupado tempo nas filosofias. Entretanto, recebemos notícias. É um marco, uma espécie de ponto de viragem, o primeiro e-mail (que as cartas estão fora de moda) que se recebe de alguém que foi em viagem. Ela pede-nos que escrevamos no blog. Aqui deixo um bocadinho dos primeiros dias da R. Acrescentei as cedilhas, que o teclado dela não tem. Até já.
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« Tenho experimentado imensa comida nova. Eles utilizam muitos vegetais e muitas especiarias. às vezes sâo tantas especiarias que depois de duas colheres de sopa branca, já nâo tenho fome. Mas também há coisas boas, saborosas. Experimentei um vegetal que - segundo a Tanja - era utilizado pelos nossos ancestrais europeus no lugar da batata, quando esta ainda era menosprezada. Uma característica engraçada nos austríacos que conheci, é que eles utilizam nas suas refeiçôes os alimentos da época. Nâo se poem com mariquices de importar alimentos de fora só porque lhes apetece. Eles respeitam, de certa forma, os horários da Natureza. E estâo satisfeitos com eles. Mesmo umas voluntárias austríacas que conheci nos primeiros dias e que nada tinham que ver com a comunidade, disseram-me, com um ar muito óbvio, que agora nâo é tempo de cogumelos, que nâo era suposto esncontrá-los na mesa. Por volta de Outubro, vâo aos bosques buscá-los. Por falar nisso, outra coisa interessante é o facto de as pessoas irem aos bosques como vâo ao cinema. É uma actividade recreativa tâo ou mais interessante para eles. »
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