Este é o título de um CD diferente. Feito sem grandes meios, mas por gente com uma grande vontade de criar algo, quer promover uma reflexão e iniciar uma discussão sobre temas, da universidade e da sociedade para além dela, que nos tocam a todos.
A critíca à "tradição académica" é apenas o ponto de partida: a sociedade de consumo, que se emaranha com a vida estudantil de forma tão promíscua como o faz com tudo o resto; a aceitação acrítica demonstrada pelos estudantes, face à mercantilização do ensino, à precaridade do trabalho e constante perda de direitos; a própria resignação à imposição do que é ou não aceite como arte. Tudo isto se quer pensado. A discussão (que tão pouco interessa ao poder vigente) quer-se acesa.
A criação de alguma coisa de novo, que saia da cultura corrente pronta a con$umir, toda ela um conjunto (nem sequer muito grande) de estereótipos que nos são impostos diariamente como únicas manifestações artísticas possíveis, é sempre de louvar. Quando a isso se alia um óptimo trabalho a nível musical, com bandas que vão do hardcore à electrónica ambiente, e um tratamento gráfico pleno de originalidade, é caso para desejar que todos ouçam/vejam este CD.
2 comentários:
Apresentado naquele que é - na minha óptica, claro - o melhor espaço do Bairro Alto, o CD do MATA promete ser uma pedrada no charco.
Com membros do MATA a fazerem as apresentações, seguiu-se uma tertúlia sobre as praxes, a escola e tradições. Eduarda Dionísio e Sérgio Vitorino (gerações diferentes com os movimentos estudantis em comum) foram os convidados e dali partiu-se para a conversa. E não só. Para a discussão, para o que se quer mudar e como.
Da conversa gravo uma espectacular frase de Sérgio Vitorino, acerca das lutas 91 contra as propinas: "Víamos a escola como um conjunto de formalidades que era preciso romper." É isto mesmo.
Porque é na escola que se aprende (a resistir e não só).
(e já agora, o "concerto acústico", não ensaiado mas com boa vontade a transbordar, contou com um improvisado mas empenhado coro que tinha dois elementos da freguesia des1bigueira.)
e tem um poema da Natália Correia :)
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