quinta-feira, maio 24

a TVi..

5a-feira, hora de almoço. faço zapping pelos canais, e detenho-me - ao contrário do que é usual - na TVi, onde passa um qualquer programa de início de tarde apresentado por júlia pinheiro. o assunto em discussão é a bárbara agressão de que foi vítima um jovem actor da estação, e que a mesma estação tão bem sabe capitalizar. e eu ali, especado, contribuindo para a conversão de um drama pessoal em audiências. adiante..entre os convidados encontra-se uma igualmente jovem colega do agredido, que, questionada pela anfitriã acerca da importância e dos riscos do consumo excessivo de álcool nas saídas à noite, se sai com a seguinte afirmação: «eu penso que devemos educar os nossos filhos para que façam um consumo regular de álcool». o meu cérebro pára durante brevíssimos instantes, e quase ouço os neurónios a fundir. bem sei que regular significa, antes de mais, conforme as regras, e que pode perfeitamente tomar o sentido de moderado, equilibrado. mas relembro que se trata de um programa pós-prandial, e que os telespectadores estarão certamente mais concentrados na digestão da comida do que das palavras. sendo o adjectivo regular mais comummente empregue com a acepção de habitual ou frequente, não terão as pessoas lá em casa acabado de ouvir dizer que o melhor que podem fazer para evitar problemas de monta é incentivar os filhos a beber álcool com regularidade? não quero subestimar a sensatez deste povo, mas desde que soube que para muita gente uma relação sexual protegida corresponde a calçar as meias antes de voltar a pôr os pés no chão..já não me fio! é, no entanto, júlia pinheiro quem me ajuda a recordar o motivo pelo qual não suporto o canal 4 - referindo-se à sua idade, a apresentadora afirma que já é profeta (provecta). já é profeta..do apocalipse linguístico, só se for!

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2 comentários:

a 25 maio, 2007 15:59, Blogger R. disse...

Oh não!

Acredito mais depressa que estavas a ver translúcido sobre figuras e palavras reais.

Era um teatro chinês, não era?

(Não que eu tivesse confiado até aqui nos magníficos dotes da JP, ou na inteligência superior de qualquer estrela (de)cadente....mas ISTO que dizes aconteceu mesmo?)

Ah, vá lá que a estiqueta não é Portugal, mas "Televisão". Podias retirar a "Língua Portuguesa", hm?

 
a 02 junho, 2007 12:55, Blogger GUi disse...

iup, vi-o com estes olhos que a terra há-de comer, tal qual como relatei! e porquê tirar a etiqueta Língua Portuguesa? não é disso que se trata, afinal? ;)

 

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