sexta-feira, maio 23

Indiana Jones and the Kingdom of the Crystal Skull

O que é o cinema?
No seu âmago, pergunto eu.

Uma mensagem que tem de ser transmitida? Uma ideia que é comunicada através de imagens em movimento? Uma forma de despertar consciências?

É, provavelmente, um bocadinho de tudo isto, mas, na minha humilde opinião, é algo muito mais simples e basal que tudo isto. Estas coisas vêm por acréscimo.

O cinema é entretenimento!

O cinema é a expressão actual daquilo que os homens das cavernas sentiam quando se sentavam à volta de uma fogueira numa gruta e um deles contava uma história.

Isto é muitas vezes esquecido, e é por isso que é fácil desvalorizar filmes simples de aventuras como sendo vazios de conteúdo ou sem uma mensagem válida.

O cinema é entretenimento, e a saga Indiana Jones é, talvez, a sua expressão máxima.

George Lucas e Steven Spielberg, mestres dentro dos seus géneros, sempre escreveram os filmes como uma transposição dos antigos livros de aventuras fantásticas. E nesse aspecto é isso que se obtém. Aventuras fantásticas, inacreditáveis, impossíveis.

Indiana Jones and the Kingdom of the Crystal Skull está recheado das mesmas impossibilidades, de incongruências, de incredulidade suspendida que os outros filmes tinham, e temos de amá-lo por isso.

O filme usa um mínimo de efeitos de computador, recorrendo quase exclusivamente a efeitos físicos e duplos, e Spielberg filmou-o com a mesma técnica de iluminação que usou nos filmes dos anos 80.

A história está extremamente divertida e coerente (!) e o filme tem várias sequências de acção que são simplesmente brilhantes! (adorei a cena de luta de espadas entre dois carros em alta velocidade. Passando-se em 1957, o filme tem algumas nuances muito interessantes que não existiam nos filmes anteriores. Nomeadamente os vilões agora são os russos e não os alemães e há uma cena deliciosa que parece saída do filme Grease.

Harrison Ford está excelente no seu papel de Indiana Jones, retratando-o como um homem velho e cansado (aquilo que se esperava da personagem) mas que ainda é capaz de usar o chicote. Shia LaBeouf está razoável como filho de Indiana Jones (mas o seu papel também não é muito exigente) e Karen Allen regressa como Marion Ravenwood (que é uma personagem bastante desaproveitada no filme, e muito pouco como eu a imaginava). Cate Blanchett brilha no seu papel de agente/cientista do KGB, com um sotaque russo inacreditável e a dose certa de over-acting! Prestem atenção a esta menina. Vai ser a próxima Meryl Streep.
Mas os Indiana Jones nunca foram filmes de actores.

A música de John Williams brilha como sempre.

No fim, Indiana Jones and the Kingdom of the Crystal Skull é um filme cheio de acção, explosões, perseguições e imensamente divertido e satisfatório de se ver.
E é isso que se quer de um filme Indiana Jones.

Etiquetas: , , , , , , ,