Hot Fuzz
Uau. Etiquetas: cliché, Edgar Wright, Hot Fuzz, Jim Broadbent, Nick Frost, Paddy Considine, policial de acção, referência, Shaun of the Dead, Simon Pegg, Timothy Dalton
UAU
UAU!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Hot Fuzz (2007) é, sem dúvida alguma, o melhor filme que eu vi o ano todo!!!!!
E eu já vi muitos filmes este ano, e tenho a certeza que vou ver mais ainda, e ainda assim mantenho esta afirmação!!!
Quantos dos leitores viram o filme Shaun of the Dead (2004)?
Cinquenta?
Dez?
Vá lá, eu sei que das centenas de pessoas que me lêem todos os dias, alguma terá visto o Shaun of the Dead!
Anunciem-se nos comentários! Vá, não sejam tímidos!
Shaun of the Dead foi escrito por Simon Pegg e Edgar Wright, e é uma paródia a filmes de zombies. Já o mencionei aqui uma vez, e tenciono, eventualmente, escrever sobre ele. Mas teriam de ter visto o filme para compreender a frase seguinte:
Hot Fuzz é tão bom, ou melhor, como Shaun of the Dead!
Mas pronto, para as pessoas que não viram nenhum dos filmes, deixem-me explicar melhor.
O agente da Polícia Metropolitana Londrina, Nicholas Angel, é destacado para uma pequena aldeia rural da Grã-Bretanha profunda por ser demasiado bom no seu trabalho e fazer parecer mal os seus colegas por comparação. Em Sandford, Gloucertshire, Nick Angel vai deparar-se com o velho espírito comunitário das pequenas aldeias, uma estação de polícia da idade média e uma pacatez assustadora.
Habituado à acção brutal de Londres, Angel tem dificuldade em adaptar-se à pacatez, e o seu zelo policial entra em conflito com os agentes locais que não estão habituados a mais do que impedir que jovens da cidade façam graffitis na fonte da praça.
Mas rapidamente Angel começa a notar uma quantidade estranha de "acidentes" que ocorrem na pacata aldeia, e começa a suspeitar de um homicida entre os aldeões.
Obviamente que a história não se esgota neste resumo (que corresponde a cerca de 1/3 do filme) mas contar-vos mais seria a estragar a piada do filme. Mas confiem em mim quando vos digo que é surpreendentemente inteligente (definitivamente mais do que seria necessário para atingir os seus objectivos).
Mas não só é inteligente, como é surreal! Ultrapassa o surreal! Cresce de uma forma lenta, mas progressiva e inexoravelmente para um estado de absoluto caos e violência! A história consegue surpreender e superar as expectativas que se tem dela várias vezes durante o filme.
Como se isto não fosse suficiente, é ainda possível detectar nela (para quem se der ao trabalho de ver) uma exploração sincera, sem se tornar lamechas ou exagerada, da amizade, e uma análise assustadora das "pacatas aldeias rústicas" perdidas pelos interiores.
Em termos de humor, o filme está perfeitíssimo. Não cai nas piadas fáceis, e quando o faz, fá-lo com uma auto-consciência divertidíssima. Tem tudo, desde os trocadilhos, aos diálogos divertidos, às situações absolutamente surreais, o absurdo, a tolice pura. É extremamente divertido!!!
DS Andy Wainwright: You do know there are more guns in the country than there are in the city.
DS Andy Cartwright: Everyone and their mums is packin' round here!
Nicholas Angel: Like who?
DS Andy Wainwright: Farmers.
Nicholas Angel: Who else?
DS Andy Cartwright: Farmers' mums.
O filme tem um rol de actores excepcional! Começando por Simon Pegg e Nick Frost (ambos são também os protagonistas em Shaun of the Dead)) que são os dois excelentes actores e conseguem ter uma química incrivelmente credível. Vêm os dois da escola da comédia televisiva britânica, e isso nota-se na sua naturalidade e excelente capacidade para encarnarem as suas personagens.
Depois temos ainda Jim Broadbent (Moulin Rouge, Iris), Timothy Dalton (License to Kill), Paddy Considine (In America) e Bill Nighy (Pirates of the Caribbean: Dead Man's Chest, Love Actually), bem como uma selecção de ilustres secundários que provavelmente vão reconhecer das imensas séries e filmes britânicos dos últimos anos.
Raios, até Cate Blanchett e Peter Jackson fazem pequenos cameos!
Hot Fuzz resulta numa paródia aos policiais de acção. Tem as perseguições, tem os tiroteios, tem as armas e as explosões (tudo numa pacata aldeia rústica).
Mas ao passo que outros filmes caem nos clichés inadvertidamente, Hot Fuzz exulta nos seus clichés! Enquanto que outros filmes fazem referências de uma forma disfarçada, quase escondida, Hot Fuzz dá-vos referências até sangrarem do nariz!
É uma festa de pequenos piscares de olho ou acenos de cabeça aos clássicos do género! Basta prestarem atenção e procurarem que vão encontrar referências às dezenas.
Mas talvez dizer que Hot Fuzz é uma paródia ao género do policial-de-acção seja uma injustiça. Hot Fuzz corrompe o género do policial-de-acção! Explora os seus pequenos defeitos e expõe-nos ao mundo.
Hot Fuzz aborda o género com rebuçados para ganhar a confiança dele, apenas para o drogar, vendar, atirar para o porta bagagem de um carro e depois, numa cave mal-iluminada, o violentar à bruta.
Até a banda sonora é um brinco! Rápida e barulhenta, a música imiscui-se no filme ao mesmo tempo que nos diz exactamente o que esperar do filme! As músicas não-originais foram todas refinadamente escolhidas para nos transportar para todos os filmes de acção que vimos ao longo da nossa vida.
Este filme é incrivelmente satisfatório em imensos níveis ao mesmo tempo! É fenomenal de quantas formas diferentes este filme foi tão bem pensado e tão bem executado!
É possível que não se goste deste filme. Mas é impossível negar que existe nele mestria cinematográfica!
Eu volto a repetir: o melhor filme que vi o ano todo!
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