quarta-feira, abril 26

Des-ultra: o erro de Riquelme

Como uma metralhadora, Riquelme deve imaginar a bola a ser defendida por Lehman. Como se pusesse em modo rewind e voltasse a carregar no play muitas vezes de seguida.
Faltavam dois minutos para o fim e o craque argentino teve um penalty que dava hipóteses à sua equipa de levar para prolongamento o jogo de acesso à final da Liga dos Campeões. Mas Riquelme, com as suas sardas e aquele ar triste de quem sofre por ter tanta pressão, atirou com displicência, sem força ou colocação. Rewind e play e o Lehman volta a defendê-la.
O trágico da questão é que o Villareal, a equipa de Riquelme, jogou muito mais que o Arsenal (e inclusive foi-lhes roubado um penalty claríssimo em Londres, no jogo da primeira mão). Riquelme tinha sido, até ontem, baluarte e maestro da equipa. Uma daquelas equipas banais que está a fazer o torneio da vida e que enche de sonhos a terra enquanto faz frente a tubarões do futebol internacional.
E depois dá-se o golpe de teatro (um daqueles que se acontecesse ao meu Benfica me ia por três semanas sem comer) e os sonhos morrem.
“Se não chegarmos à final ninguém se vai lembrar de nós.” – disse Riquelme, na véspera.
Errado, Riquelme. De ti e do teu penalty toda a gente se vai lembrar sempre.
Rewind e play.

1 comentários:

a 30 abril, 2006 23:59, Anonymous Anónimo disse...

Com esta arquitectura, é mesmo uma pena restringir o objecto...!

 

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