sexta-feira, junho 9

O menino do cravo

Os caracóis dourados transformaram-se no corte impecável do director financeiro de uma empresa de distribuição em Londres.
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Diogo Bandeira Freire foi convidado para as comemorações do dia de Portugal. Perguntam-lhe o que sente. Diz-se "surpreendido" (a criança despenteada) mas "honrado" (o cinzento senhor, com vestígios de traquinice nos dentes da frente separados).
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Pôs um cravo na espingarda, o menino que não sabia porque se punham flores nos canos daquelas coisas barulhentas. Agora dá-nos pétalas de uma flor despedaçada quando nos diz que nunca exerceu o seu direito de voto, nem em Portugal, nem em Londres.

13 comentários:

a 09 junho, 2006 22:13, Anonymous Anónimo disse...

E quando quiserem ensinar aos meninos e meninas de bibe aos quadradinhos o que é um paradoxo, em vez de lhes abrirem a cartilha numa página ao calhas misturem-lhes o choro com riso - como faz esse cartaz, como cresceu esse miúdo. Que voltas a ironia lhe trocou?

 
a 10 junho, 2006 11:15, Anonymous Anónimo disse...

Ele e tantos outros meninos e senhores de Abril, agora de cuzinho aberto po dinheiro a sério

 
a 10 junho, 2006 12:57, Anonymous Anónimo disse...

Olá Miguel (o 'anonymous'),
Já vimos que és um rapaz criativo e cheio de opiniões fundamentadas. Por isso, teremos todo o gosto em publicar alguma coisa da tua autoria! Eu propunha-te que desses umas voltas ao mote
«Quanto vale um EURO?»
- de preferência uma abordagem temporalmente transversal e integrada na situação económica dos vários países da UE e não só.

Se estiveres interessado em honrar o nosso convite, deixa aqui uma notinha.

 
a 10 junho, 2006 13:34, Blogger R. disse...

Oh miguelito tens assim uma certa tendência para os ícones fálicos. Não quererás antes frasear com uma linguagem mais inteligível? é que para chegar ao que queres dizer tem de se estimular mil circuitos de associação...é mais prático ser-se directo...e já agora gostava de saber: és da faculdade?

 
a 10 junho, 2006 15:50, Anonymous Anónimo disse...

ola.
teresa martins, n sou o miguel, sou amigo de dele há anos e foi atraves dele q tive conhecimento deste blog. n obrigado, n tou interessado em escrever p aqui.
r, n sou da vossa faculdade, ja percebi q vao ser todos medicos e q tem muita consciencia social.

mas tal como o miguel, estive na rua na manha de 25 de abril (de 1974). provavelmente nem os vossos papas se conheciam. p isso m da uma vontade d rir qd falam do 25 d abril, como s soubessem o q foi. vao la estudar e deixem la d perder o vosso tempo a dizer disparates. eu sei q e mt cool ser radical e querer marcar uma diferenca, mas isso q os vossos papas vos meteram na cabeca ja teve o seu tempo. agarrem-se ao futuro, n a um dia ha trinta e tal anos atras. qd derem p vcs ja perderam metade da vossa vida.

 
a 10 junho, 2006 16:04, Blogger Manuel Neves disse...

"estive na rua na manha de 25 de abril (de 1974)" - Sortudo.
"provavelmente nem os vossos papas se conheciam." - tentativa de humor completamente frustrada e vazia.
Em vez de, baseado nesse argumento ridículo que é seres mais velho (como se isso significasse alguma coisa per si e como se eu tivesse culpa de ter a idade que tenho), diz-me lá razões para ser contra o 25 de Abril ou para ser uma perda de tempo falar deste.
Eu não quero é chegar aos 30 anos e pensar que passei metade da minha vida a borrifar-me para o que se passa à minha volta e a olhar para o meu umbigo. Não digo o que digo para "ser radical" ou "mt cool" (e já agora, podias fundamentar essa tua opinião - e, se não for pedir muito, escrevê-la num português correcto).
Em vez de te atirares bocas foleiras, com um paternalismo evidente, podias tentar explicar-nos o que queres mesmo dizer (e que, até agora, só tu e o Miguel compreendem.)

Cumprimentos, Manuel Neves

 
a 10 junho, 2006 19:56, Anonymous Anónimo disse...

Há dias um senhor (por sinal até bastante cool e radical) disse-me que ficava indignado quando o convidavam para comemorações do 25 de Abril, porque achava que cada coisa tem seu tempo e que o tempo desta já passou. Não acho. Mas, como íamos a atravessar a ponte e o condutor era, também, cool e radical, com medo da resposta não tive coragem de perguntar ao senhor porquê. E até hoje não sei a resposta. Mas dizem que a História é cíclica. E também dizem que a esquerda dos 18 se esvai aos 25, sim. Cada coisa tem o seu tempo e acho que estamos no nosso. Quando tivermos bons empregos, bons carros e bom nome, se calhar já nem nos lembramos disto. Mas, por agora, não consigo simpatizar com gente bem vestida quando o senhor das barbas da minha rotunda tem a pele queimada, um saco de plástico vazio em cada mão e as comissuras labiais descaídas. Principalmente, as comissuras labiais descaídas fazem-me implicar com gravatas. Se calhar vou trocar este saudosismo pelo estetoscópio e, depois, o estetoscópio por um carro desportivo. Acho pouco provável.
Como foi regressar a casa sem lápis azul nessa manhã, amigo-do-Miguel?

 
a 10 junho, 2006 20:38, Blogger R. disse...

Pois bem, eu não sei bem o que se passa aqui. Afinal, querem dizer-nos a nós, imberbes e borbulhentos adolescentes, algo que nos sirva para o futuro?
Diz-se aos pequeninos que não devem aceitar doces dos desconhecidos. Eu quero então saber porquê tanta ânsia, caros anónimos, em "corrigir" o caminho desviante por onde vamos. Ânsia de alguém que acreditou no 25 de abril quando se fez e se frustrou com a evolução das coisas? Ou ânsia de quem nunca acreditou numa organização democrática da sociedade?
O que é "agarrar ao futuro"? Como se agarra o futuro sem perceber (ou tentar perceber) o passado?

 
a 10 junho, 2006 20:49, Anonymous Anónimo disse...

R., agora fizeste mesmo lembrar o meu ginecologista preferido - que também está sempre a dizer que não se pode entender o presente sem o enquadrar no passado. Engraçada a convergência de raciocínios.

 
a 10 junho, 2006 20:56, Blogger R. disse...

E a História Clínica não é só a Doença Actual.

 
a 11 junho, 2006 22:38, Anonymous Anónimo disse...

muitos de nos(como eu, nasci 10 anos depois, por acaso exactmanete no 25 abril )n sabemos o que e viver antes do 25 abril de 74, nossos pais dizem que era um mau tempo e que "eramos" presos por tudo e por nada,lembro-me do meu pai costumava contar uma historia, que ele ia sendo preso, so por a mandar uma beata de um cigarro que tava no elevador la para baixo, vsc falam tanto mal da epoca mas nem tudo podia ser mau, talvez na altura n tinhamos este problema da economia e desemprego.

 
a 12 junho, 2006 22:08, Blogger Manuel Neves disse...

"problema de economia e desemprego" - nunca hei-de perceber esta paranóia com a economia. Como se o desenvolvimento económico pudesse ser comparado à liberdade. Desemprego? Pelo que sei era mais que muito e já agora, desculpa bater sempre nesta tecla, não achas que é mesquinho tentar encontrar coisas boas para desculpar um regime que tinha tantas más?
Voltando ao desenvolvimento económico: é suposto isto servir para quê? Para termos riqueza para todos e termos condições de "andar para a frente"? Então o que é "andar para a frente"? É que se for, sei lá, arranjar maneira de ninguém passar fome, eu sugiro que não se enterrem alimentos (e isto faz-se para os preços não baixarem e para termos "desenvolvimento económico) e que se dê a quem morre de fome. Eu sei que isto é um bocado à leigo, mas não consigo perceber como é que nos meteram isto na cabeça: que a economia está acima de tudo.
Enfim. Como se isso (seja lá o que isso for) pudesse estar acima da liberdade de expressão.

 
a 01 agosto, 2006 07:40, Anonymous Anónimo disse...

Os desumbigueiros têm toda a razão e caso o amigo anønimo nao se tenha apercebido "agarrar o futuro" nao faz qualquer espécie de sentido. Os desumbigueiros nao se devem esquecer contudo que até um banqueiro pode ser anarquista, um homem com uma rica gravata pode ter profundas comissuras (na alma senão nos lábios e ainda assim descaídas) e um outro pode ser um desumbigueiro e não votar. O acto de votar implica - ou devia implicar - uma desumbigação, mas desumbigar não obriga ao voto tal como vestir/parecer não obriga a ser tal como ser não obriga a parecer

(se o cravo se despedaçou não foi tanto porque este não votou, mas mais porque aquele votou no outro que fez questão de lhe provar que votou mal)

 

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