domingo, junho 22

Le Plat Pays - Ou porque é que o Jacques Brel é o melhor singer-songwriter que alguma vez existiu!

Em primeiro lugar porque escrevia e compunha todas as suas canções.

Segundo porque as interpretava ele mesmo.

Terceiro porque o fazia sem espectáculo. Vestia um fato preto, entrava em palco sem fazer discursos ou conversa fiada, havia uma única luz que o focava a ele, não falava entre as canções, no fim do espectáculo não fazia encores, nem ficava para receber ovações.

Quarto porque os poemas que escrevia são os melhores poemas de canções alguma vez escritos, sem dúvida alguma nem nenhuma discussão possível.

Quinto, porque não apenas cantava, ele interpretava as músicas. Vivia-as com uma intensidade exasperante.



Jacques Brel
LE PLAT PAYS
1962


Avec la mer du Nord pour dernier terrain vague
Et des vagues de dunes pour arrêter les vagues
Et de vagues rochers que les marées dépassent
Et qui ont à jamais le coeur à marée basse
Avec infiniment de brumes à venir
Avec le vent de l'est écoutez-le tenir
Le plat pays qui est le mien

Com o mar do Norte como último descampado
E vagas de dunas para impedir as vagas
E vagas rochosas que as marés ultrapassam
E que têm para sempre o coração na maré baixa
Com nevoeiros infinitamente a chegar
Com o vento de Leste, escutem-no agarrar
O País-Baixo que é o meu

Avec des cathédrales pour uniques montagnes
Et de noirs clochers comme mâts de cocagne
Où des diables en pierre décrochent les nuages
Avec le fil des jours pour unique voyage
Et des chemins de pluies pour unique bonsoir
Avec le vent d'ouest écoutez-le vouloir
Le plat pays qui est le mien

Com catedrais por únicas montanhas
E negras torres com sinos como mastros de abundância
Ou diabos em pedra que arranham as nuvens
Com o fio dos dias por única viagem
E os caminhos de chuva como único boa-noite
Com o vento de Oeste, ouçam-no desejar
O País-Baixo, que é o meu

Avec un ciel si bas qu'un canal s'est perdu
Avec un ciel si bas qu'il fait l'humilité
Avec un ciel si gris qu'un canal s'est pendu
Avec un ciel si gris qu'il faut lui pardonner
Avec le vent du nord qui vient s'écarteler
Avec le vent du nord écoutez-le craquer
Le plat pays qui est le mien

Com um céu tão baixo que um canal se perdeu
Com um céu tão baixo que dá humildade
Com um céu tão cinzento que um canal se enforcou
Com um céu tão cinzento que é preciso perdoar-lhe
Com o vento do Norte que acaba de se desfazer
Com o vento do Norte, ouçam-no quebrar
O País-Baixo, que é o meu

Avec de l'Italie qui descendrait l'Escaut
Avec Frida la blonde quand elle devient Margot
Quand les fils de novembre nous reviennent en mai
Quand la plaine est fumante et tremble sous juillet
Quand le vent est au rire quand le vent est au blé
Quand le vent est au sud écoutez-le chanter
Le plat pays qui est le mien.

Com a Itália que desceria pelo Escaut (rio)
Com Frida a loura, quando ela se transforma em Margot
Quando os filhos de Novembro nos regressam em Maio
Quando a planície fumega e treme debaixo de Julho
Quando o vento está no riso quando o vento está no trigo
Quando o vento está no Sul, ouçam-no cantar
O País-Baixo, que é o meu

1 comentários:

a 29 junho, 2008 12:02, Anonymous Anónimo disse...

estou de acordo!!

 

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