Little Miss Sunshine
O filme é lindo!!! Etiquetas: Abigail Breslin, Greg Kinnear, Little Miss Sunshine, Paul Dano, Steve Carell
Lindo, percebem? é... tão bem feito, tão bem executado!
Em primeiro lugar, não se deixem enganar pelo que vos possam dizer: este filme não é uma comédia. É uma tragédia!
A sério, é um filme trágico!
As personagens são todas tão maravilhosamente e deliciosamente defeituosas! São absolutamente credíveis!
Há o avô (Alan Arkin), que foi expulso do lar de terceira idade por andar a snifar heroína e que dá conselhos de natureza duvidosa (mas terminalmente acertados) aos netos.
Há o pai (Greg Kinnear), que é um autor de um livro de auto-ajuda, que tenta vender, compulsivamente, a sua teoria a toda a gente, que é tão sinceramente bem intencionado na sua disfuncionalidade, que acredita tão genuinamente e tão doentiamente na sua teoria de "vencedores" e "perdedores"
Há a mãe (Toni Colette), que se vê pelos cabelos com toda a família, que tem de ser a rocha, que tem de cer o centro da família, que não pode vacilar!
Há o irmão (Paul Dano), que fez um voto de silêncio, que odeia o mundo todo e que lê demasiado Nietzsche.
Há o tio (Steve Carell), professor de filosofia, que se tentou suicidar porque o seu amante o largou por outro homem.
E depois há a filha (Abigail Breslin), que é, talvez, a única personagem equilibrada do filme, que é bonita e querida e que quer , na sua ingenuidade, entrar num concurso de beleza para crianças, sem saber no que é que se está a meter.
E estas personagens sofrem durante o filme!
Sofrem imenso!
Vêem os seus planos serem destruídos, os seus sonhos serem esmagados, as suas falhas expostas, as suas fraquezas exploradas.
E é tudo tão credível!
E nós estamos lá para ver, e não conseguimos deixar de nos rir de tão ridículo que tudo é, de tão tragicamente cómico que tudo é!
O filme não tenta, uma única vez, ser cómico! Não tenta, não há uma única piada! São só pessoas a serem pessoas, e isso, em si, acaba por ser mais divertido que qualquer tarte-na-cara!
Todas estas pessoas têm de chegar à California, para que a filha possa entrar no concurso. E pelo caminho vão irritar-se umas às outras, vão moer-se, vão chagar-se, vão acabar por ser uma família.
Porque é sobre isso que este filme é. Sobre como pessoas, pessoas reais! conseguem ser uma família, e amarem-se e ajudarem-se!
A escrita está brilhante, as interpretações fantásticas (Steve Carell no papel da sua carreira), o ritmo é perfeito, a edição está linda (nota-se!), as paisagens são maravilhosas.
A música está perfeita! É feita por um grupo chamado Devotchka. Pelo que consegui pesquisar (argh!) são uma banda de indie rock de Denver. Misturam uma data de estilos diferentes, mas a mim soou-me a uma mistura de Sigur Ros com Yann Tiersen.
E, ubíqua no filme, está uma fantástica carrinha VW amarela que é, na minha opinião, a metáfora mais bonita do filme inteiro!
Após mais um bocadinho de pesquisa (argh!) descobri que os realizadores Valerie Faris e Jonathan Dayton são estreantes! Este é o seu primeiro filme! Até aqui foram exclusicamente realizadores de video-clips musicais.
Isto, de alguma forma, não me espanta nada.
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