terça-feira, julho 1

Do schools today kill creativity?

É um bocado longo mas vale a pena.
Sinto-me particularmente embrenhada nesta discussão, da quantidade de capacidades que são sobrevalorizadas em detrimento de outras . Com que fim compreende-se, mas que fim terá isto a longo prazo é q acho q ninguém quer compreender. De qualquer forma estar alerta já é um começo. Este é o meu começo aqui no blog do des1biga.

6 comentários:

a 02 julho, 2008 01:27, Blogger Gui disse...

Brilhante! Absolutamente Brilhante!!!

Depois de uma semana de estudo cirúrgico anestesiante, ouvir este homem falar foi das coisas mais estimulantes que eu senti!
(isto foi um elogio, para quem possa ter dúvidas)

Muito bom! Algumas das ideias que eu já tinha acerca da educação, imensas que eu nunca tinha pensado, maravilhosamente coordenadas.

A prepotência dos professores e a arrogância do sistema de ensino sempre me revoltaram profundamente. Lembro-me muito claramente de me sentir abafado pela escola, de sentir que não me deixavam pensar como eu queria pensar.
Cada vez mais sinto que foi a escola que me impediu de pensar mais fora da caixa.

Não sei o que fazer em relação à escola, e isso é um assunto sobre o qual tenho pensado muito ao longo dos anos.

É fascinante e importante, mas tenho de admitir a minha ignorância e incompetência para mandar bitaites acerca do assunto.

 
a 02 julho, 2008 08:34, Anonymous Anónimo disse...

"Lembro-me muito claramente de me sentir abafado pela escola, de sentir que não me deixavam pensar como eu queria pensar."

Que raio de tempo verbal! Nem parece que andas na FML!
A estúpidez é que em portugal sofremos reformas e reformas sem que se altere convenientemente o sistema de educação. Fazem-se reformas em k se põe um exame aqui e se tira um dali e não se mudam os programas, as metodologias, o racio aluno/professor.
Um bom exemplo de uma alteração palpável foi o ínicio das aulas de inglês na primária, neste governo (tb fazem muitas coisas boas, farto-me de dizer, e parece que é proibido).
Depois vêem uns anormais do eixo do mal com a mania que sabem muito de educação dizer que é grave os miúdos terem boas notas por facilitismo, porque vão ser maus profissionais por isso... Para eles a escola é um campo de seriação, não é um sítio para se crescer e para preparar todos para a vida, não, é um sítio para sermos melhores que os outros, não melhores que nós mesmos!
Impressionante é depois a ministra achar que os bons resultados são por causa do trabalho que ela fez!
Estão os dois errados: os bons resultados são porque os exames são inteligentemente desenhados de acordo com o programa, porque os seus enunciados apelam ao raciocínio e criatividade e não a uma capacidade mecânica para resolver fórmulas complicadas (isto falando da matemática); por fim os resultados são bons porque os alunos são bons... e nós, a nossa geração, se não tivesse sido estragada com testes estúpidos feitos por professores sem referências, talvez não tivesse esta cultura do medo à matemática.
Um bom aluno estuda o mesmo antes de um exame, porque não sabe se vai ser mais dificil ou não.. como tal aprende o mesmo. Não é com os testes que se aprende, como os meninos e a menina do eixo do mal pensam. Já um aluno mau ou suficiente se começar a ter melhores notas, talvez, só talvez, se o sistema não tiver destruído tudo o que tinha de motivação e se ainda tiver capacidade para acreditar que gosta de matemática (porque todos gostamos, faz parte da nossa natreza, só que a maior parte não sabe) talvez estude mais, talvez aprenda mais e talvez vá mais longe.
Reparem, isto não é uma apologia ao facilitismo, porque o ideal era não haver exames, ou não.. Na verdade mudei de opinião ao me aperceber que todos estes exames serviram pelo menos para uma coisa muito importante: como instrumento para que muitos professores possam aferir o tipo (e não o grau de dificuldade) de perguntas que fazem nos seus testes.
A escola é para nos preparar para a vida e esta é inerentemente competitiva, mesmo que vivêssemos em Cuba. Faz parte da nossa natureza.
A questão é que nem se devia colocar a questão do facilitismo, pois o objectivo não devia ser tornar as coisas, a aprendizagem, inerentemente dificil. Isso tem sido um bom meio usado pelo capitalismo para perpetuar diferenças socias. Ora vejamos, é ou não é o dinheiro que faz a diferença no limite das nossas capacidades pessoais? Quem é que anda nas explicações?Talvez a maioria dos colegas de medicina tenham andado e talvez muitos ficassem chocados caso algures no tempo tivessem um teste que lhes parecesse fácil! Mas se existe esta necessidade dos bons alunos andarem em explicações, ou a escola é insuficiente, ou o programa é demasiado extenso, ou as exigências são exageradas. na minha opinião acontecem as 3 coisas em Portugal. Depois comparamo-nos com os outros sistemas europeus e choramos muito porque temos pior notas que os ingleses e os franceses e essa excumalha toda (salvo seja!). Que parvoíce gigante, comparar coisas incomparáveis, programas diferentes, aliás, tudo diferente!
Comparem lá o que um aluno aprende em matemática no 12 ano no reino unido, comparem! Vamos lá ver se não andamos há séculos a exigir demais.

No fim de tudo isto, só para dizer que sim, concordo que nos destroem a criatividade em troca de mão de obra barata, em troca de menos competição. Só que quem são "eles"? Talvez aqui não haja um mostrinho único.. mas não ajudam nada os opinion makers que não percebem de educação a falar, os que não percebem de ecologia, a falar, os que não percebem de saúde, a falar, os que não percebem de ciência a falar!

Enfim: Matem os opinion makers (no qual eu acabo definitivamente por me incluir) e deixem só os de futebol, que não fazem mal a ninguém!

 
a 03 julho, 2008 21:04, Anonymous Anónimo disse...

A questão do papel dos exames no ensino pode ser discutida num plano ideal ou num plano mais pragmático, partindo do que é a realidade na nossa sociedade e do que a necessidade de auto-conservação nos impõe. Ambas as abordagens são lícitas e interessantes.
A entidade "exame" evoca o "princípo da cenoura e do chicote", actuando em relação a alunos e professores.
É extremamente primário e limitador, mas tem o resultado prático de pôr as pessoas a trabalhar! (agora estou a ser mesmo reaccionário! ah ah ah)
Numa sociedade atrasada como a nossa, com baixo níveis de escolaridade e um desconhecimento/desprezo generalizado da escola, cultivado ao longo de séculos de inquisição e de obscurantismo, não serão os exames estímulos imprescindíveis para professores, alunos e famílias? No acesso à faculdade, são barreiras castradoras, que transformam o secundário num dos mais áridos ciclos de ensino. Mas protegem contra a corrupção que ocorreria se fosse implementado um sistema de entrevistas!
"Um bom aluno estuda o mesmo antes de um exame, porque não sabe se vai ser mais dificil ou não.. como tal aprende o mesmo." Discordo completamente. O que um bom aluno faz ou não é pouco relevante para o que o país necessita. Além disso, toda a gente estuda em função de um grau de dificuldade esperado...e só estuda se houver exames! É óbvio que as coisas são assim porque fomos condicionados a trabalhar assim, a dar esta resposta e, a certo ponto gera-se um ciclo vicioso, de falta de capacidade de auto-motivação...Num sistema de ensino diferente desde as bases, que encontrasse outras formas de motivação, talvez os exames fossem dispensáveis! Mas pergunto-te: no ponto em que o país está, acreditas que o fim dos exames promoveria a igualdade de oportunidades e a literacia? Eu acho que não.

Tiago

 
a 04 julho, 2008 13:47, Anonymous Anónimo disse...

Kisassan, quem és tu? Já partilhamos um herói, que é este sir ken robinson. :)

 
a 04 julho, 2008 13:52, Anonymous Anónimo disse...

ok, Kisassan, já sei quem és :)

 
a 07 julho, 2008 01:49, Anonymous Anónimo disse...

Respondo-te desde já que não. Concordo perfeitamente com a necessidade dos exames e até posso concordar com a necessidade de serem exigentes no 12º e que levem a uma seriação. Há muitos motivos práticos para a existência de exames e em Portugal como tu dizes, ainda mais. Defendo desgarradamente o sistema actual como o mais justo: as regras estão em cima da mesa e no 12º já não somos criancinhas, ou não deviamos ser. A verdade é que a escola de hoje em dia não nos prepara para nada, muito menos para sermos capazes (a maioria de nós)da perseverança e da perseguição dos objectivos. E porquê? Porque embora tenhamos infindáveis capacidades intelectuais, somos, na maioria, castrados ao longo do percurso escolar. O potencial do nosso cérebro é demasiado grande para andarmos a desperdiçar-nos uns aos outros perpétuamente por classes, não há muita lógica evolucionista aí. Não estamos a falar de capacidade de correr os 100 metros. E aqui chegamos ao ponto das exigências excessivas dos exames. O ideal e natural era ser um professor para cada um. Não sei se concordo contigo quando dizes "toda a gente estuda em função de um grau de dificuldade esperado", acho que isso é relativo, se estiveres mesmo motivado estudas ao máximo e depois é irrelevante o grau de exigência do exame, porque o importante foi teres estudado e tornado consistentes os teus conhecimentos. Quando digo:
"Um bom aluno estuda o mesmo antes de um exame, porque não sabe se vai ser mais dificil ou não.. como tal aprende o mesmo.", estava a querer dizer, não que os exames não são importantes, mas que o grau de exigência em si, não é importante para a aprendizagem, percebes?

 

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