quinta-feira, agosto 27

Breakfast at Tiffany's


É a Audrey Hepburn!!!

Não a querem abraçar? Sempre que vejo a Audrey Hepburn apetece-me abraçá-la...
Ela é, afinal, uma woobie! Pelo menos no Breakfast at Tiffany's (1961).

Blake Edwards viria a ficar famoso pelas suas comédias, nomeadamente os filmes da Pantera Cor-de-Rosa e o fantástico The Party (1968), todos com Peter Sellers.

Mas mais para o início da sua carreira, quando ainda não se tinha estabelecido como realizador de comédias, fez esta pérolazinha de filme que é o Breakfast at Tiffany's.

Baseado num romance de Truman Capote, Breakfast at Tiffany's conta a história de Holly Golightly e Paul "Fred" Varjak.

Holly (maravilhosamente interpretada por Audrey Hepburn) é uma socialite/acompanhante, uma espécie de prostituta de alta sociedade que cobra pelo simples facto de ser vista em público a acompanhar outra pessoal, cujo objectivo vago é ganhar muito dinheiro. Para isso vai fazendo o jogo da alta sociedade, a saltar de homem em homem, numa vida caótica.
Agora, contrariamente ao que possam pensar, a personagem dela não é cínica, nem fria nem sequer calculista. Passa a maior parte do filme sem dinheiro e a sentir-se magoada pelos "ratos" da corrida.
Mas também não é parvinha nenhuma. Apercebe-se profundamente do cinismo e hipocrisia do que faz e das pessoas à volta dela. Só que dá-lhe mais jeito que as pessoas achem que ela é parvinha.

Depois há Paul Varjak (George Peppard), que se muda para o apartamento de Holly, e se vê enredado na vida dela.
Paul é um escritor que não escreve nada há vários anos, e é sustentado por senhoras de alta sociedade que têm pena dele (é sugerido várias vezes no filme que ele também funciona como prostituto). Também ele é consciente do jogo que joga, e isso também lhe desagrada.

Por não terem nada à partida que o outro queira, Holly e Paul conseguem criar uma amizade honesta, algo que nas suas vidas parece ser raro.

A história progride a partir daí, mostrando pequenos vislumbres da vida de um e de outro, e da forma como se vão tornando cada vez mais próximos. Mas, sem dúvida, a estrela do filme, a personagem central é Holly. Mais uma vez, devido à interpretação fantástica de Audrey Hepburn.

A mulher tem tanto, mas tanto estilo! Exuda glamour e elegância, mesmo quando é suposto estar bêbeda ou descontrolada! É impossível não admirar esta personagem.
E é fantástico como, através destas camadas todas, Audrey Hepburn ainda consegue dar à personagem uma fragilidade extrema, a transparência de que debaixo de todo aquele glamour há imenso sofrimento de que a personagem quer fugir.

Não vou contar o resto da história, mais vale ser vista.

Adicionalmente, temos uma visão muito gira da América pré revolução hippie, um estereótipo japonês, e a fantástica canção Moon River, escrita por Henry Mancini de propósito para Audrey Hepburn



Ps: vendo agora este trailer, apercebo-me que mostra mais da história do que eu gostaria, mas vou deixá-lo ficar, porque acho que é deliciosamente representativo do estilo de cinema do início dos anos '60!

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