sexta-feira, maio 5

AS CRIADAS

As Criadas, de Jean Genet
Grupo de Teatro Miguel Torga
4 de maio de 2006, 21.30, fcml
Pois que a solução devesse estar no espelho recíproco entre as duas irmãs, saberia eu depois de me imiscuir no seu drama psíquico. Talvez tarde para acompanhar os pormenores e entre-linhas durante a peça. Amor-ódio, domínio-submissão-liderança-vassalagem em duas empregadas domésticas internas: duma para outra, das duas para a "senhora".
Cá fora, no escuro do táxi, a Clara dizia que se tinha sacrificado pela Solange. Preferia que a irmã estivesse numa prisão de muros a estar agrilhoada à necessária submissão àquela patroa que oscilava entre tratá-las como um móvel e mimá-las com objectos que já não precisava. Mas se isso transparece duma visão geral, se nos recordarmos de mais momentos dialogantes, podemos adivinhar uma dualidade no propósito de cada uma das personagens. O que se passa é que nenhuma é completamente boa ou má. _E agora lembrar os comportamentos de risco vs. grupos de risco_ Mas tornando a Clara e Solange, a primeira levou o "teatro" até ao fim. Dizia que tinha medo, e a outra arregalava mais os olhos e insuflava-se de raiva armando as garras com que apertaria o pescoço dela. Tinha medo, sim, mas o chá de tília bebeu-o sozinha.
A senhora, onde cabe nesta trama? Nunca se saberá se deu o casaco de peles e depois o desdeu (isto às vezes existe, mas tem outro nome) a Solange de propósito ou não. Nem isso nem saber se desconfiava da opressão que a sua ingenuidade ou indiferença disfarçadas impunham sobre aquelas duas jovens.
Está ainda dias 5, 6, 9, 11, 12 Maio 2006

2 comentários:

a 07 maio, 2006 19:04, Anonymous Anónimo disse...

vide «Persona» do Ingmar Bergman

 
a 12 maio, 2006 16:41, Blogger Canela disse...

vide Al Berto, ' Lunário'

 

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