O Batman está a morrer e nada podia ser mais fixe (e isto até podia ser um título da Y ou da Blitz)
Ok, é preciso ser um bocado doente por BD para gostar de ler super heróis. Mas e se a história for mesmo bem escrita? E se a história for um plano brilhante de um escritor genial, que mais parece um super vilão?
Tudo começa em Setembro de 2006, quando Grant Morrison iniciou, ao seu bom estilo, uma narrativa não linear, cheia de falhas e pistas. A coisa começa de uma maneira que podia ser só marketing: Joker com uma barra de ferro, à chuva, em cima de um telhado, grita: "I did it! I finally killed Batman! In front of a bunch of vulnerable kids!". E daquilo que podia ser só mais uma história básica "super herói safa-se à última do super vilão e dá-lhe porrada e lições de moral", nasce uma história com alucinações, drogas, e, sobretudo, aquilo que torna todas as personagens (sejam de BD ou não) muito mais ricas e intensas: passado.
Morrison começa então, uma aventura de murros no estômago aos fãs de Batman. Há um filho, há polícias que se vestem de Batman, há descobertas negras sobre o passado dos pais de Bruce Wayne (nota: para quem não sabe, Bruce Wayne torna-se Batman para vingar a morte dos pais, na sua infância, à sua frente). Mas há mais: há um clube de heróis estrangeiros muito foleiros e série B quanto baste. Mas tudo isto não nos é dado, é misturado com alucinações, com sonhos, com coisas que não percebemos se já aconteceram ou vão acontecer.
Mas Morrison, com mestria, e usando muito bem a periodicidade mensal dos comics, vai-nos dando peças do puzzle. E as reviravoltas são fabulosas, as soluções espectaculares.
Batman RIP promete tornar-se uma daquelas histórias que marca de maneira tão grande uma personagem que todos os comics comprados até agora ganham mais valor.
Para quem gosta, é indispensável. Para quem não gosta: não se metam nisto, não vão saber atribuir-lhe o devido valor.
10 comentários:
Este comentário foi removido pelo autor.
"Para quem não gosta: não se metam nisto, não vão saber atribuir-lhe o devido valor."
Aaaaaah... O elitismo da monomania. É chato para quem está do lado de lá sentir-se desvalorizado desta forma.
No entanto, estando do lado de cá desta e de outras monomanias (polimaníaco?) só posso concordar com a veracidade da afirmação (e assumir que também já a fiz inúmeras vezes)
Deviamos formar um clube de monomaníacos, como falámos uma vez.
Tenho de arranjar mais essa BD, de uma forma absolutamente legal, claro...
Lol, é verdade. Eu também sou polimaníaco. Vibro com o Batman e com o facto de saber quais os dois ingleses que falharam os penalties contra a Alemanha nas meias finais do Mundial 1990.
Tens de ler isto. Arranja desde o Batman #655, penso eu. Vais entrar nas tramóias do Morrison. Primeiro vais achar que ele está só a escrever aleatoriamente, mas depois vais largar palavrões.
Estou agora a adquirir de uma forma perfeitamente legal, e que envolve uma transacção monetária, 675 fascículos de Batman (desde o início, assumo eu).
Monomania?
Depois manda-me isso que eu só consegui,de uma forma completamente legal, desde o #400.
Obviamente não vais ler isso tudo, mas para veres como o Grant Morrison é frito, quando acabares de ler o RIP tens de ler o Batman #113, lol.
"Obviamente não vais ler isso tudo"
Oh ye of little faith!
Fica sabendo que li 275 fascículos de Uncanny X-Men, 174 fascículos de New X-men, o House of M completo, o Age of Apocalypse completo, o Vol.1 de Wolverine completo (189 fascículos), e muitas outras coisas!
Posso não ler o Batman todo, mas não é obviamente!
o Batman era linear até aqui? então e a saga do Bane? andamos desatentos? tsc, tsc.. ;)
Não acho a saga do Bane nada de especial. É boa, transforma a personagem qb, mas nada de literariamente fabuloso.
Espectacular é o Broken City, da dupla Azarello/Risso do 100 bullets.
confesso que já li a saga do Bane há uns valentes anos, e reconheço que peca por um certo exagero, bem como pelo patético seguimento que lhe foi dado. no entanto, é interessante pela forma como quebra (metafórica e literalmente) a personagem do Batman, pondo a nu a obsessão e a loucura que alimentam a sua demanda contra o crime, e que, em última análise, o tornam tão semelhante àqueles que jurou combater.
Wooooow, dude!
That was like.... deep
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