sábado, agosto 23

Hellboy II: The Golden Army

Tenho de admitir que fiquei sinceramente surpreso quando fui pesquisar (agh!) os filmes que Guillermo Del Toro tinha realizado, e descobri que realizou 9 filmes, mas que apenas 3 ou 4 deles serão razoavelmente conhecidos (e são só os mais recentes). Desses 9 eu vi 5 (incluindo o de hoje), mas não fazia ideia que tinha sido ele a realizar o Mimic (1997).

São eles:

# Hellboy II: The Golden Army (2008)

# Laberinto del fauno, El (2006)

# Hellboy (2004)

# Blade II (2002)

# Espinazo del diablo, El (2001)

# Mimic (1997)

# Cronos (1993)

# Geometria (1987)

# Doña Lupe (1985)


O filme mais recente de Del Toro é o Hellboy II, e é dele que vos falo hoje.
A primeira coisa, e a mais importante a ser dita, é que o Hellboy II (2008) é melhor que o Hellboy (2004).
A segunda coisa mais importante é que não é assim tão melhor quanto isso.

A história está mais engraçada, razoavelmente mais bem construída e também consegue ser mais interessante. Apesar disso há certos aspectos que parecem bastante forçados, tal como a princesa que é guardiã de uma peça essencial para activar um exército indestrutível ser quase incompetente em fugir do mau da fita (que é o irmão) e o irmão ser quase incompetente em voltar a apanhá-la.
Falha também em tentar ter piada. Algumas vezes consegue ter piada, e outras vezes não, mas o problema é que o filme não precisava de ter piadolas. Passava perfeitamente bem sem elas e, como tal, só vêm destruir a atmosfera que tenta ser criada.
A história também falha na sua tentativa de meter romance à mistura. A relação entre Hellboy e Liz Sherman está exagerada e pouco credível, bem como a paixão súbita entre Abe Sapien e a Princesa Nuala.

As interpretações são razoáveis. Ron Perlman continua excelente como Hellboy e Selma Blair faz uma muito boa interpretação de Liz Sherman.

As sequências de acção são muito boas, e os efeitos especiais são normalmente bons.

Mas aquilo em que o filme brilha realmente é nos ambientes e na sua estética.
Guillermo Del Toro pega em tudo o que aprendeu com o El Laberinto del Fauno (2006) e aplica-o a este filme. As roupas, os cenários, as criaturas estão todas extremamente bem desenhadas e bem construídas, de modo a que temos realmente a impressão de ter entrado num mundo de conto de fadas violento (como eram originalmente os contos de fadas).
Toda a estética escura, de cores vivas e formas estranhas que Guillermo Del Toro cria está extremamente credível e é incrivelmente interessante de se ver. Tenho vontade de ver várias sequências do filme de novo (sobretudo a do Troll Market) só para poder procurar pormenores nos figurantes.

Não é um mau filme. Mete os pés pelas mãos em vários aspectos, mas vale a pena ser visto só pela componente visual!



Ps: para a opinião de um geek de banda desenhada acerca do filme, vejam os comentários.

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1 comentários:

a 23 agosto, 2008 21:30, Blogger Gui disse...

Argh!
Não! Não! Não!

Guillermo, onde é que tinhas a cabeça quando escreveste isto??!

O Hellboy a ter um filho com a Liz? O Abe Sapien a apaixonar-se tolamente? Uma arma gigante chamada Big Baby?
O Johan Krauss como chefe de equipa?

Que raio?

Onde é que ele foi buscar estas coisas?

À banda desenhada não foi definitivamente.

"Hellboy" criado por Mike Mignola, tem a magia de juntar inúmeros contos folclóricos do mundo inteiro, e juntá-los todos, e às suas personagens, no mesmo universo.
A integração destes elementos folclóricos, com aspectos de cultura popular como zombies, vampiros, nazis e místicos russos, está feita de tal forma elegante, que não nos apercebemos de realmente quão irreal e surreal tudo se torna. É essa a beleza de Hellboy.

Está bem que Bethmoora é um mundo de fantasia criado pelo Lord Dunsany, mas nunca apareceu nas histórias!
Com tanta coisa boa na banda desenhada original, ele teve de ir inventar coisas vagamente deslocadas do tom original...
Para além de perverter completamente as personagens...

Para mim o filme ficou estragado por causa disto. Houve uma parte da minha mente, mais justa e cinematográfica, que conseguiu apreciar o filme enquanto obra isolada, mas o tempo todo o geek dentro de mim estava aos gritos pela heresia que este filme faz à banda desenhada...

Treta....

 

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