quarta-feira, setembro 10

Nothing to Lose

Um homem que tem tudo na vida chega a casa e vê a sua mulher na cama com outro homem!

Sai de casa, perdido e desvairado, sem saber o que fazer.

Quando pára num semáforo, é assaltado e essa é a gota de água.

Seguem-se hijinks.

Steve Oedekerk (de quem eu nunca tinha ouvido falar) realizou Nothing to Lose em 1997. Antes disso tinha realizado Ace Ventura: When Nature Calls (1995). Ao longo dos anos escreveu vários screenplays para vários filmes de comédia.

Nothing to Lose não é um filme brilhante. Não é um filme genial.
Mas também não é um filme terrível. Não tem erros magnânimes, cuja análise seria divertida de ler.
Então porque é que eu estou a escrever sobre este filme?

Porque é um bom filme.

É daqueles filmes que foram feitos há vários anos, que não contribuiram nem pioraram as carreiras das pessoas que neles participaram, que muitas pessoas viram, apreciaram e depois muito naturalmente perderam-no nas suas memórias cinematográficas.

Se formos a ver, filmes realmente dignos de nota são raros. Como eu disse, têm de ser ou muito bons ou muito maus.

O que eu acho que é uma injustiça para todos os outros filmes.
Todos os filmes que, sem serem absolutamente brilhantes ou inovadores, também não têm erros flagrantes.
Que são bons filmes. Sem tirar nem pôr.
Deram trabalho a fazer, deram gosto a quem os fez e trouxeram duas horas de entretenimento a quem os viu.
Descartar estes filmes, todos estes filmes (porque são a grande maioria) só porque não são os melhores, é uma injustiça.

Porque todo o cinema é cinema.

Eu, como cinéfilo, consigo apreciar e divertir-me sinceramente com um filme como o Nothing to Lose, que é sincero, despretensioso, tem algumas boas ideias e algumas excelentes piadas.

São estes filmes que constroem a nossa cultura cinematográfica. Claro que ao fim de 10 anos a ver filmes é natural que apenas alguns nos venham à mente. Mas para que esses alguns nos venham à mente, todos os outros tiveram de estar lá, para nos preparar, para nos ensinar a ver cinema.
Ou preferiam ter visto SÓ os filmes de que se lembram ao fim de 10 anos?

Nothing to Lose tem as excelentes interpretações de Martin Lawrence (a quem eu simplesmente não consigo achar piada, mas tenho de admitir que tem piada) e Tim Robbins (num papel muito diferente daquele a que normalmente faz).

Tem várias piadas boas, e algumas excelentes.

Tem uma banda sonora deliciosa, muito bem escolhida e integrada no filme.
Não ouvia várias das músicas deste filme há anos!

Nota especial para John C. McGinley que neste filme faz de ladrão, mas que provavelmente conhecem melhor como o Dr. Perry Cox do Scrubs.
Descobri que foi neste filme que ele iniciou o seu hábito de chamar nomes femininos às personagens masculinas de quem não gosta.

É um filme divertido, sólido, sem falhas.
É um bom filme.

Não encontrando nenhum trailer para este filme no Youtube, meto aquela que é definitivamente uma das cenas mais emblemáticas do filme:




A >verdadeira< razão pela qual eu escrevo sobre este filme é que eu prometi ao pessoal do Des1biga que sempre que visse um filme escrevia aqui sobre ele, e ia sentir-me mal se não cumprisse.

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1 comentários:

a 12 setembro, 2008 00:22, Anonymous Anónimo disse...

Esse filme é um fartote de rir e depois a forma como as vidas deles se destroem em segundos e eles a adaptarem-se a qq coisa intermédia e anda tudo numa vertigem absurda justificam o título do filme.

 

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