Mundialices 1. Jogo Inaugural
Itália`90: Argentina - Camarões. O meu pai, sempre preocupado com a minha educação, explica-me o que se vai passar. Isto acontece de quatro em quatro anos e é o torneio de futebol mais importante do mundo. O primeiro jogo é sempre o Campeão do Mundo contra alguém. A ocasião prometia e eu até parei de brincar com os subbuteos (para quem não sabe, são uns bonecos pequenos de futebol pequenos e joga-se dando-lhes com o dedo, tipo berlinde. É giro.). Eu nem sabia - aos 6 anos - que havia um país chamado Camarões e imaginei-os com um equipamento da cor dos animais seus homónimos. Mas sabia que havia um tal de Maradona do outro lado. E o meu pai, do alto da sua sapiência, disse-me que a Argentina devia meter três ou quatro nas calmas. Um zero para o país que jogava de camisolas verdes e calções vermelhos (e não da cor dos camarões) e a autoridade paternal posta em causa.
EUA`94: Alemanha - Bolívia. Não achei muita piada ao facto do Mundial ser nos States. Não, ainda não tinha consciência política, mas os jogos davam tarde. Apesar das responsabilidades académicas serem bastante reduzidas aos 10 anos, a autoridade da minha mãe foi uma barreira chata que me impediu de ver alguns jogos na fase de grupos (felizmente fiquei de férias cedo). Avanços diplomáticos do meu pai interecederam a meu favor conseguindo autorização para ver o primeiro jogo. Houve um estúpido de um boliviano (Etcheverria, se não me falha a memória) que conseguiu levar um cartão vermelho aos 2 minutos. O meu pai explicou-me que não gostava da Alemanha porque antigamente eles tinham tido um regime político mau. E foi a ver a Alemanha ganhar 3-1 (se não me falha novamente a memória...Já lá vão 12 anos, malta) que o meu pai me explicou o que foi o regime nazi.
França`98: Brasil - Escócia. O meu tio não percebe nada de futebol e torceu pela Escócia. Fiquei triste porque o meu Brasil - por quem torço todos os Mundiais - tinha uma equipa tão estranha que precisou de um golo marcado meio com a cabeça meio com o ombro e de um penalty duvidoso para ganhar aos cepos dos escoceses. O meu tio anunciou logo a tragédia que viria a acontecer na final e disse que o Brasil não ia ganhar.
Coreia/Japão 2002: França - Senegal. Mais um Mundial num país esquisito com jogos a horas esquisitas. Sexta feira, 12.30: "Senhora Professora, está aqui a minha auto-avaliação e quero-lhe dizer que não venho a esta nem às duas próximas e últimas aulas porque há jogos do Mundial. Prometo estudar muito para os exames e tentar entrar na faculdade." A pobre senhora ficou demasiado espantada para conseguir contra-argumentar. Eu avisei-a o ano todo que não ia faltar porque sabia que em Junho ia ter montes de jogos a ocupar-me a agenda. Ela achou que eu estava a gozar. É quase uma impossibilidade física explicar a alguém que é possível vibrar com os poemas de Pessoa e dar gargalhadas com o golo que o Senegal marcou aos franceses sem ser considerado doente psiquiátrico.
Alemanha 2006: A minha empregada fez qualquer coisa esquisita à box da T_ _ _ _o (não à publicidade) e perdi o Alemanha - Costa Rica. Confesso que ainda não recuperei do choque.
3 comentários:
gostei do julgamento dos mais velhos em causa... ;)
e eu a pensar k o maradonna era invencivel, la vou ter k escolher outro idolo...
posso dizer k n perdeste nada - a nao ser um bom golo - mas posso dizer que esta alemanha n era igual ao do tempo em que perdia com portugal 3-0.
desejo-te boa sorte para k vejas o jogo inuagural do mundial 2010.
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