Max Payne
Etiquetas: Beau Bridges, Chris O'Donnel, John Moore, Mark Whalberg, Max Payne, Olga Kurylenko
Devo dizer que já vi este filme há para aí uma semana, mas que antes quis acabar os jogos de computador onde se baseia antes de escrever este texto.
Ora, eu sou um proponente acérrimo de que os filmes devem ser avaliados independentemente do material em que se basearam, mas ainda assim quis ter uma visão de conjunto de toda a obra.
Porque acho que é disso que se trata, neste caso.
Temos dois jogos: Max Payne (2001) e Max Payne 2: The Fall of Max Payne (2003), que é uma sequela directa do primeiro.
Depois temos o filme Max Payne (2008) que é uma re-imaginação do jogo para o cinema!
Os jogos já são extremamente cinematográficos de si, por isso não foi difícil transformá-los num filme. Apesar disso isso foi feito com bastantes falhas, mas não é isso que me proponho a analisar.
O filme Max Payne (2008), realizado por John Moore, é o filme Noir por excelência (não tanto como Sin City, mas esse é o supra-sumo do noir).
Não, Max Payne é o Noir policial.
A história é a clássica: um polícia honesto vê a sua família violentamente morta a tiro por bandidos e decide encontrá-los para se vingar deles.
Pelo caminho dá de caras com bons bandidos, maus bandidos, polícias corruptos, femmes fatales, grandes conspirações, é injustamente acusado, tem de fugir ele mesmo da polícia até encontrar os verdadeiros vilões, desmascarar a conspiração, vingar-se e limpar o seu bom nome.
E não me interpretem mal, não é por ser clássico que é mau. É exactamente por ser clássico que é bom! De um noir quer-se que seja clássico.
Em termos de história o filme tem, no entanto, algumas inovações que são boas e más ao mesmo tempo: insere alguns elementos de ficção científica e de mitologia.
Ah, quase me esquecia: há spoilers à frente! Ou seja, vou revelar alguns aspectos da história. No entanto, devido à maravilhosa tecnologia de inserir imagens dentro de blogs, vou meter estas informações entre duas imagens, assim podem simplesmente saltar e continuar a ler depois da segunda imagem!
Portanto: a história anda à volta de uma conspiração do governo para criar uma droga que aumente a eficácia de soldados em combate. Claro que a droga não funciona bem, torna os soldados demasiado violentos, mas alguém continua a produzi-la ilegalmente e a pô-la nas ruas.
Geralmente os filmes policiais noir a história é mais directa.
Outra coisa é que a droga se chama Valkyr, o que dá origem a toda uma panóplia de referências a mitologia nórdica, inclusive várias imagens de fantasia envolvendo valquírias. O que eu gostei acerca disto, é que as imagens de fantasia estão sempre inseridas nas alucinações geradas pela droga, e nunca é sequer sugerido que poderá de facto existir alguma influência mística na história.
Conseguem assim inserir uma imagética muito pouco comum, sem tornarem a história parva.
No entanto....
A história por vezes mete os pés pelas mãos, e acaba por ter alguns momentos algo ridículos, ideias que não são adequadamente exploradas, transições narrativas que parecem forçadas.
Estes aspectos são, infelizmente, detractores do filme.
As interpretações são razoáveis.
A verdade é que acho que podiam ser bem melhorzinhas... digo eu...
O Mark Whalberg, que faz de Max Payne, faz razoavelmente bem o seu papel, mas é pena não ter um ar mais duro e batido. Por vezes parece demasiado imberbe.
As personagens secundárias são feitas por relativos desconhecidos.
Temos o Beau Bridges, o Chris O'Donnel e a Olga Kurylenko (que é boa todos os dias).
Mas aquilo que faz um filme noir um filme noir é a fotografia. E neste filme está perfeita! (não tanto como Sin City,mas... já disse isto)
Os ambientes escuros, a luz extremamente contrastada e dessaturada, a chuva, a neve, as cenas permanentemente noctívagas.
Tudo lindo!
Só visto!
Portanto, no fim: Max Payne é essencial para quem gostou do jogo e tem uma mente aberta. Não tem uma história perfeita, mas há bem pior, e quem goste de fotografia e de filmes visualmente bem feitos tem de ver.
O trailer:
Ah, e há porrada de criar bicho!
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