Scott Pilgrim Vs. The World
wtf...? Etiquetas: Michael Cera
Não sei o que é, mas sei que quero ver!!!!
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Não sei o que é, mas sei que quero ver!!!!
Etiquetas: Alyson Hannigan, Cobie Smulders, How I Met Your Mother, Jason Segel, Josh Radnor, Neil Patrick Harris
Eu de uma forma geral não escreveria acerca de séries, por várias razões:
1- porque não são o meu interesse principal.
2- porque não sendo o meu interesse principal não as vi o suficiente para as analisar a fundo.
3- acho que muito facilmente caem numa escrita facilitista e sem conteúdo.
Não estou a dizer que todas caem nisto, não estou a dizer que não há excepções (porque há, e muito boas excepções), mas mais que os filmes, as séries têm mais tendência a cair nisto.
Porquê?
Em primeiro lugar porque são para um público maior que o do cinema. Há mais gente a ver televisão do que gente a ir ao cinema. Por isso têm de se esforçar simultâneamente por agradar a mais gente e ser ofensivas para menos gente, o que não dá muita liberdade de escrita.
Segundo, porque são feitas para um público com uma capacidade de atenção cada vez menor. A geração MTV está a ter cada vez mais peso, e é uma geração habituada a videoclips de 3 minutos, muita cor e muito movimento, muito rápido. Mais que isso e perdem o interesse.
Isso condiciona a forma como uma série é escrita e realizada, porque tem de se adaptar ao seu público. O público que vai ao cinema sabe que vai para uma experiência de aproximadamente duas horas sem intervalos (o facto de haver de facto um intervalo na maioria dos filmes é imposto pelas salas de cinema, e não influencia a escrita do filme).
A série tem de ter uma mensagem clara e um conteúdo simples, que dê para ser mostrado em 20 a 50 minutos, ao passo que um filme tem tempo para mais profundidade. (mais uma vez reitero que estou a falar generalisticamente, porque há excepções nos dois casos).
Terceiro, porque a série tem de manter o seu público agarrado ao longo de vários episódios. Não é possível manter o suspense e a tensão durante tanto tempo sem que isso acabe por influenciar o conteúdo.
As séries estão de tal maneira presas a esse sistema, que acabam por viver só disso. As pessoas que vêem séries acabam por gostar mais da expectativa e da antecipação do que do conteúdo em si. Isto motiva aquele comentário que já ouvi várias vezes "gostava que a série não acabasse" (e não, não tinha a ver com o conteúdo que era muito interessante mas sim com o gosto da antecipação).
Quarto, e este é o aspecto mais importante, as pessoas querem mais do mesmo. As pessoas gostam de uma personagem, ou de uma história, ou de um cenário, e sentem-se confortáveis com ele. Não querem mudar. Se houver mudança indignam-se e deixam de ver a série. O que é perfeitamente natural, porque se aquilo que fez com que gostassem em primeiro lugar desaparece, obviamente que vão deixar de ver.
Isto motiva os escritores a fazerem mais e mais e mais do mesmo, para não perderem público. Necessariamente isto prejudica o conteúdo.
Dou como exemplo o Serviço de Urgência (E.R.) que foi uma série de que eu gostei muito. Tinha uma história interessante, personagens interessantes e credíveis, uma realização soberba uma montagem fantástica. Era uma história passada num hospital acerca de pessoas nesse hospital.
Aí pela quinta temporada, porque as pessoas queriam mais do mesmo, eles deram mais do mesmo. Acabou por se transformar numa telenovela que por acaso se passava num hospital, e deu origem a várias derivações disso, para todos os gostos.
Então porque é que estou a falar do How I Met Your Mother?
Acabei de ver a 1ª temporada, e esta série conseguiu surpreender-me pela qualidade da sua escrita.
É uma sitcom (comédia de situação, para os que não conhecem a origem do termo) centrada em 5 personagens algo estereotípicas, em vários estados de romance. O eterno romântico, o casal perfeito, a rapariga independente e o engatatão.
A série gira à volta das situações nas quais as personagens se encontram e se metem.
Até aqui tudo normal, nada de diferente de dezenas de outras séries.
A série começa por usar um artifício que eu nunca tinha visto aplicado a uma série, que é o facto de ser narrada por uma das personagens, em retrospectiva do que aconteceu. A personagem principal está a contar aos filhos as histórias que levaram a que ele conhecesse a mãe deles. Esta ferramenta é usada para abrir e fechar a maioria dos episódios, sem no entanto afectar a dinâmica habitual de uma sitcom, permitindo adicionalmente brincar com as continuidades temporais (ao explicar eventos que se passaram em alturas diferentes) e contar histórias de que o personagem principal não se lembra (o incidente do ananás).
Depois chamou-me a atenção pela qualidade das piadas, que são muito muito boas. Extremamente naturais e quando não o são a piada é o facto de não serem naturais. Na vida real as pessoas não fazem comentários espirituosos e cómicos o tempo todo, como se não fosse nada de especial. As personagens do How I Met Your Mother (a partir de agora referido como HIMYM) estão a dizer piadas, estão a tentar ter piada, sabem que estão a dizer piadas, riem-se das piadas uns dos outros!
Os actores são fantásticos. Josh Radnor interpreta Ted Mosby, o arquitecto romântico, Jason Segel interpreta Marshall, o advogado com coração de criança, Alyson Hannigan, interpreta Lily, a educadora de infância pervertida, Cobie Smulders interpreta Robin Sherbatsky, a mulher independente e forte, e o Neil Patrick Harris interpreta o Barney, que é... o Barney.
As personagens são credíveis (o Barney talvez não, mas todos nos gostávamos secretamente de ser o Barney), e é-lhes dada mais profundidade do que seria realmente necessário para a série funcionar.
E pronto, tudo isto já fazia uma série acima da média.
Mas!
Apercebi-me, algures a meio da série, que havia continuidade.
Ou seja: por detrás de todas as situações cómicas não relacionadas umas com as outras, estava a ser construída uma história com princípio meio e fim.
Sorrateiramente, estavam a ser deixados elementos, sementes, que começaram a coalescer numa história real.
Subitamente dei por mim a interessar-me realmente por estas personagens e pela sua história, quase mais do que pelas piadas (que são excelentes).
E isto foi feito de uma forma tão subtil, tão engenhosa, que esta história só se torna aparente durante o último terço da série.
Estou curioso e com medo das próximas temporadas. Será que a série vai cair no "mais do mesmo" ?
...
Ditas todas estas coisas...
São completamente irrelevantes.
Porque a série tem o Barney, e qualquer série com o Barney é uma série que eu veria.
Eu na altura vi o Wanted (2008). Etiquetas: Banda-Desenhada, Kick Ass, Mark Millar
Lembram-se do filme? Tretazinha de acção com a Angelina Jolie, sobre pessoas que curvavam balas e um argumento que tentava ser simultâneamente fixe e moralista?
Pois, eu também preferia não me lembrar.
A verdade é que na altura não falei no filme porque achei que mesmo dizer mal dele seria dar-lhe mais atenção do que ele merecia.
Na realidade o filme é baseado numa banda-desenhada de Mark Millar e JG Jones do mesmo nome que é tão boa quanto o filme é mau.
Enquanto que o filme conta a história de uma liga de assassinos determinados a lutar contra o mal e a manter a humanidade nos eixos matando pessoas escolhidas a dedo, a banda-desenhada é uma orgia auto-indulgente na qual os vilões tomaram conta do mundo e dominam com impunidade.
Tendo por base esta adaptação desastrosa para cinema, é com medo que vejo o trailer de outra grande obra de Millar: Kick Ass.
Apesar de o trailer parecer mais fiel à banda desenhada original (aparentemente com planos e textos retirados integralmente da obra original) do que o trailer de Wanted alguma vez o foi, temo pela natureza da história.
A história original é pejada de humor negro, extremamente pesada e intensa se olharmos para ela da maneira certa e muito, muito violenta.
Mais violenta ainda do que o Wanted, e isso não é dizer pouco!!
Por isso apesar de não ter dúvida nenhuma que a violência será definitivamente diminuída, tenho ainda medo que a banda-desenhada seja transformada num filmezeco de comédia levezinho.
Eu vou! Para o Fantasporto eu vou! Etiquetas: Fantasporto, Festival
E desta vez, contrariamente aos anos anteriores, vou fazer um relatório de Fantasporto!!!
Até Domingo!