sábado, março 28

Australia



Primeira coisa a dizer: ainda bem que não gastei dinheiro para ver este filme no cinema!!!

É tão mau, tão, tão, tão mau!!!

Só o vi porque me propus a ver todos os filmes que tinha perdido durante a época de exames. E mesmo assim custou. Tive de o ver em três ou quatro vezes porque me aborrecia a meio!

A história é do mais banal e comercial e estereotípico que há. A Senhora Rica (Nicole Kidman) tem de ir à Australia para salvar a quinta da família. Lá encontra o Herói Rude (Hugh Jackman) de quem não gosta inicialmente, mas inevitavelmente apaixona-se. Para salvar a quinta têm de lutar contra o Vilão Sem Escrúpulos (David Wenham) e adoptar a Criancinha Inocente (Brandon Walters).

E pronto, é só isto!

As interpretações não têm nada de especial para além de serem completamente estereotipadas e bidimensionais, mas isso a culpa não é dos actores é da história.

Há clichés a dar com um pau. Acho que estão todos neste filme, mesmo todos. Não escapa nenhum. Tem momentos tear-jerkers, tem momentos cómicos, tem cenas de perseguição porrada, tem cenas de romance! Tem tudo para agradar a toda a gente e para irritar todas as pessoas que levam o cinema a sério!

Não consigo dar mais ênfase a quão mau este filme é. É previsível, é aborrecido, é enfadonho. As personagens não são interessantes, a história não é cativante!!!

Eu até gostava do Baz Luhrmann! A sério que sim, gostei do Moulin Rouge (2001) e do Romeo + Juliet (1996). Mas este filme estraga tudo.

É épicamente mau, o filme.

Salvaguarda para as paisagens e cenários gerados por computador, que são, realmente muito bonitos.

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quarta-feira, março 25

Adam Ressurected



Hoje fui ao cinema, já não ia há bastante tempo.
Mesmo numa sala, com cadeirões e escuridão e pipocas.
Já quase me tinha esquecido quão agradável é a experiência!

Anyway, o filme.

Adam Stein (Jeff Goldblum) era um cómico judeu na Alemanha Nazi, até que é levado para um campo de concentração onde é atormentado pelo comandante do campo, Klein (Willem Dafoe).
Muitos anos depois, reencontramo-lo num centro de recuperação para sobreviventes aos campos de concentração.
Adam, antigo artista de circo, usa as suas capacidades empáticas para ajudar os outros pacientes.

Pensem no filme como uma combinação entre a Schindler's List (1993), o One Flew Over a Cuckoo's Nest (1975) e Patch Adams (1998), mas sem ser nenhum dos três (nem ser tão bom como qualquer um dos três... bem, talvez melhor que o Patch Adams).

O filme é divertido e um pouco surreal, com a personagem de Adam Stein extremamente bem construída e interpretada por Goldblum. Consegue ter momentos de verdadeira intensidad.
As personagens secundárias e as relações que Stein estabelece com elas também são excelentes e extremamente interessantes.

Também gostei das alterações de fotografia nos flashbacks.

No fim é um filme sobre sobrevivência e (in)sanidade mental.

Gostei

(o trailer tem spoilers...)

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domingo, março 22

The Reader



Sinto-me como se tivesse levado um murro no estômago, mas emocional.

Imaginem o Sophie's Choice (1982) combinado com o The Shawshank Redemption (1994) mais o The Bridges of Madison County (1995) e terão uma ideia do peso emocional que este filme consegue ter.

Consegui fazer uma coisa com este filme que adoro fazer, mas que raramente consigo, que foi vê-lo sem expectativa nenhuma. Não tinha visto trailers, não tinha lido sinopses, tinha a vaga ideia de que tinha ganho um ou dois óscares, mas mais nada. Não sabia nada, por isso todo o filme e a sua progressão foi uma surpresa completa.

Apesar de eu querer muito proporcionar isso aos meus leitores, isto não seria uma crítica se eu não falasse do filme. Por isso se estão como eu estava antes de ver o filme (virgenzinho de qualquer informação) vão-se embora ver o filme e depois voltem. Prometo-vos que a experiência é muito melhor assim.



(are they gone yet?)

Pronto, para os que quiseram ficar a sinopse, muito muito abreviada é esta.

Na Alemanha em 1958 um rapaz, Michael Brenner, envolve-se aos 15 anos numa relação apaixonada e fulminante com Hannah Schmitz, que um dia desaparece misteriosamente, deixando o rapaz com o coração irremediavelmente partido.

Michael entra para advocacia, e nos seus últimos anos de formação, vai assistir a um julgamento de crimes de guerra, no qual estão a ser julgadas seis mulheres, ex-guardas das SS, que tinham deixado morrer num celeiro trancado, algumas centenas de mulheres e crianças, prisioneiras judias.
Uma das mulheres em julgamento é, para grande choque de Michael, que rapidamente a reconhece, Hannah.
Ao longo do julgamento Michael não pode intervir (é um mero aluno assistente ao julgamento) apesar de ter provas que diminuiriam a pena de Hannah.

Hannah é sentenciada a prisão perpétua e Michael segue com a sua vida, tentando refazê-la o melhor que pode, entre a descoberta da sua paixão adolescente e os crimes de guerra e prisão a que ela agora está submetida.

Hijinks ensue.

Eu tenho noção de quão pobre esta sinopse é, mas acreditem em mim, contar mais seria estragar tudo!!

O casting está perfeito!!!!!!!! Ralph Fiennes está soberbamente contido e sofrido no seu papel de Michael e Kate Winslet merece definitivamente o seu óscar de melhor actriz pela sua interpretação desgarrada, perdida e perdida entre a culpa e a inocência (?).

O filme é realizado por Stephen Daldry cujo único outro filme sonante é Billy Elliot (2000).

A história progride muito lentamente, muito compassadamente (eu não gostei da primeira metade do filme, porque não percebia para onde raio é que a história se estava a desenrolar) o que pode ser um detrimento para alguns espectadores, mas acreditem em mim, faz todo o sentido.
Tendo em conta o desenrolar da história e as consequências que surgem, o início lento, muito caracterizador das personagens é absolutamente essencial para que depois exista a carga emocional quando as vemos no desenrolar da história.

A fotografia do filme é excelente, alternando entre cores de verão vibrantes e cinzentos de prisão altamente secos e pobres.

Não me lembro da banda sonora, o que quer dizer que fez um bom trabalho!!!

Acaba por ser um filme que só não é convencional pela intensidade e natureza da história, que é invulgar nos tempos que correm.
Não há grande mistério a resolver, não há nenhum crime a desvendar, não há nenhum twist final.
É a história que é sobre estas duas personagens que têm uma relação entre si.

E é lindo.

(vou pôr o trailer, como de costume, mas aconselho-vos a que não o vejam. a sério vejam o filme sem saber nada sobre ele)

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sábado, março 21

Gran Torino



Clint Eastwood no seu melhor!

Ao princípio eu pensei, ok, mais uma história sobre racismo e redençao, depois pensei, não afinal vai ser sobre armas e o uso indiscriminado de armas na amérca, depois pensei que era um filme de vingança.

Mas não é nada disto...

É uma história, sobre um homem defeituoso numa américa defeituosa.
O filme mostra o racismo na américa, mostra a abundância de armas na américa, mostra a vingança e redenção de um homem. Mas não é especificamente sobre nada disto.

Não tenta enviar nenhuma mensagem, não tenta impingir nenhuma moral.

É a história de um homem amargo, que no fim da sua vida encontra nos seus vizinhos coreanos (ele tinha estado na guerra da Coreia) uma oportunidade invulgar de se voltar a encontrar e encontrar (não quero dizer paz, porque isso é demasiado cliché) mas uma espécie de serenidade e finalização para a sua vida, com a qual está satisfeito.

Porque é esse o grande risco do filme, ser considerado cliché, ou só uma repetição de qualquer um dos temas que já falei.
Mas não é.

Usa esses temas, esses "clichés", mas só porque eles são verdadeiros, e fazem parte do universo deste homem.

É uma história que só podia ser contada por Clint Eastwood e funcionar, tem tudo na medida certa, sem se tornar cómico ou lamechas ou violento.
É absolutamente credível.

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quarta-feira, março 11

World Builder

terça-feira, março 10

Shining

Isto é tão perturbador, de tantas maneiras diferentes:

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sábado, março 7

Watchmen



UUUUUUAAAAAAAUUUUUUU!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

UUUUAaaaaaUUUUU!!!!!!!!!!!!!!!

UAAAAAAAAAAAAA!!!!!!!! - ok já chega.

É mesmo bom, é mesmo mesmo mesmo mesmo muito bom!!!!

É TÃO bom que escrever esta crítica é quase um insulto a quão bom que é, porque nunca conseguirei realmente transmitir quão bom é.

















..mas vou tentar na mesma.

Como sempre vou tentar não fazer comparações à BD original, uma vez que acredito que o filme (qualquer filme) se deve aguentar sozinho.

Baseado na obra homónima de Alan Moore (publicada entre 1986 e 1987) Watchmen de Zack Snyder, conta a história de um grupo de ex-heróis/vigilantes que foi proibido pelo governo americano, quando pressões populares e o aparecimento de um ser semi-divino (Dr.Manhattan) os torna obsoletos e altera radicalmente o rumo da história do planeta (Nixon é re-eleito várias vezes e a América ganha a guerra do Vietnam em 10 dias). Vários anos após a sua reforma forçada, e com o mundo cada vez mais próximo de uma guerra nuclear, alguém começa a matar selectivamente os ex-heróis, o que estimula um deles (Rorschach, que nunca tinha aceite a proibiçãoa tentar investigar o que se passa.

A história é incrivelmente complexa e profunda, e qualquer tentativa de a explicar só vos ia estragar a surpresa de ver o filme, por isso não digo mais nada a cerca da história, excepto que é profundamente satisfatória e extremamente bem escrita!

As personagens são todas elas fabulosas!
Profundas, intensas, sem nenhuma interpretação a falhar em nada.
Dan Dreiberg é o herói desiludido, Laurie Jupiter é a heroína relutante obrigada pela mãe a ser vigilante.
Jon Osterman é um físico que subitamente ganha os poderes de um deus e perde o seu contacto com a humanidade.
Só tenho pena que a personagem do Adrian Veidt não tenha sido completamente explorada (mas supostamente haverá uma edição em DVD/Blu-Ray com horas e horas de cenas cortadas), porque sente-se que há ali muito mais para ser visto.

Rorschach e o Comedian são as minhas duas personagens preferidas.
O primeiro é um vigilante psicopata que usa uma máscara com um padrão que muda constantemente e que é uma perversão das expressões faciais humanas normais. É talvez a personagem mais trágica do filme.
O Comedian é, por outro lado, a mais brutal e humana. Um vigilante violento e sem escrúpulos que, após a proibição governamental, é contratado pelo governo para continuar a trabalhar para eles.





Eu tenho noção de quão pobre esta crítica é, mas a sério, o filme tem de ser visto, estar para aqui a contar as coisas só as ia estragar.

Zack Snyder faz um excelente trabalho com a realização do filme, sendo que tem 3 horas, imensa imensa informação, uma carga emocional enormíssima, e no entanto o filme não se torna demasiado cansativo, e mantém-nos sempre sentados na borda da cadeira!
O uso de pequenos slow-motions para realçar determinados pormenores ou movimentos das personagens está extremamente bem aplicado, inserindo-se inconspicuamente no filme, ao contrário do que acontecia em 300 (2006)onde parecia mais um gimmick do que outra coisa.

A fotografia está linda. Todas as cores estão extremamente saturadas e sujas, e os contrastes são fortíssimos, dando ao filme simultâneamente uma sensação de realidade conspurcada e um ambiente surreal.

Finalmente a banda sonora é tudo menos o que se esperaria para um filme deste género.
Temos Leonard Cohen, Janis Joplin, Jimi Hendrix, Paul Simon, Wagner, Mozart, que nos assaltam quando menos esperamos.

Um dos melhores filmes da minha vida (à semelhança do livro)


Watchmen Movie Trailer http://teaser-trailer.com
by movies-in-2010

Ps: quem vir este filme e não gostar, cheira mal dos pés...

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